A segunda atividade realizada pelas cursistas no curso "Elaboração de Projetos" se refere às leituras feitas acerca dos pensadores Paulo Freire, Fernando Hernándes, Maria Elisabette Prado e Maria Elizabeth Almeida, com a produção de um texto relacionando as teorias dos pensadores com a prática pedagógica.
Pedagogia de projetos: Um desafio
O processo da vida se opera em tentativas sucessivas de libertação. Estamos todos os dias renovando, na criatura que fomos na véspera, a criatura que seremos amanhã. Mais do que renovando-a: refazendo-a, porque não tornamos a ser jamais o que fomos, salvos apenas de uma velhice posterior, mas construímos de fato uma vida própria, que das outras só guarda a lembrança das experiências e uma certa memória de duração com que vamos acreditando na sua continuidade.
Cecília Meireles
Com as transformações pelas quais a sociedade vem passando, torna-se necessário repensar o papel da escola e as questões relacionadas ao ensino e à aprendizagem. A crescente exigência em relação aos resultados do trabalho pedagógico mostra a necessidade de oferecer as condições objetivas para que se obtenham esses resultados.
Uma das condições acredito eu, é essa oportunidade de participar de mais um curso com leituras, discussões e reflexões para o aperfeiçoamento da minha prática em sala de aula.
O que os autores dos textos estudados nos ensinam hoje é colocar em prática uma lição que já sabemos. Afinal, através de cursos de formação de professores já tomamos conhecimento dessas propostas. Porém agora estamos tendo a oportunidade de unir teoria e prática.
Para esses autores entre professor e aluno não há mais uma relação de verticalidade, em que um é o sujeito e o outro objeto. Agora a pedagogia é dialógica, é o “aprender ensinando e o ensinar aprendendo”.
Nas análises de currículo, prática pedagógica e avaliação, em nossas escolas, percebe-se uma aplicabilidade das teorias estudadas. Ou seja, quando analisamos sobre os conteúdos serem interdisciplinares, fragmentários; quando abordamos a necessidade de união entre teoria e prática enquanto metodologia; e, ainda a democracia enquanto gestão, nós nos damos conta das propostas desses autores.
E quando paramos para discutir sobre uma prática pedagógica que envolve o aluno, o professor, os recursos disponíveis, inclusive as tecnologias, a escola e seu entorno e todas as interações que se estabelecem nesse ambiente de aprendizagem, estamos falando da Pedagogia de Projetos.
Na pedagogia de projetos, o aluno aprende no processo de produzir, de levantar dúvidas, de pesquisar e de criar relações, que incentivam novas buscas, descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimento. Portanto, o professor deixa de ser aquele que ensina por meio da transmissão de informações, passando a realizar as mediações necessárias para que o aluno possa encontrar sentido naquilo que está aprendendo, a partir das relações criadas nessas situações.
O trabalho por projetos requer mudanças na concepção de ensino e aprendizagem e, consequentemente, na postura do professor. Hernández (1988, p. 49) enfatiza que o trabalho por projeto “não deve ser visto como uma opção puramente metodológica, mas como uma maneira de repensar a função da escola”.
Diante disso compreendemos que no trabalho por projetos nos envolvemos para descobrir ou produzir algo novo, procurando respostas a questões ou problemas reais com foco na aprendizagem do nosso aluno.
Considerando essas reflexões, posso dizer que na minha escola estamos tendo a oportunidade, apesar do pouco tempo livre que alguns professores têm, de repensar nosso papel e de avançar na construção de uma proposta coletiva de educação.
Nos momentos que nos encontramos realizamos o pensar/planejar/realizar/analisar, o “fazer junto”, a partir da problematização de situações existentes na nossa realidade.
Trabalhar com projetos é um novo desafio, mas estamos caminhando no sentido de levar o aluno a aprender baseado na integração entre as áreas do conhecimento (interdisciplinaridade), bem como entre as diversas mídias disponíveis na escola.
De acordo com Prado (2000): A mudança de princípios e da prática pedagógica é um processo que o professor precisa reconstruir. E essa mudança acontecerá, porque estamos preocupados e envolvidas numa discussão focada na reflexão da prática pedagógica, não só neste curso, mas também nos encontros de formação continuada (Sala do educador). Pois sabemos do nosso compromisso em relação a aprendizagem dos nossos alunos, e queremos contribuir para o sucesso dos mesmos tanto dentro da escola como na sociedade.
PROFª ELIZETE CARVALHO MACIEL
MINHAS REFLEXÕES
Admiro muito, por isso procuro refletir e seguir os ensinamentos de Paulo Freire em minha prática pedagógica, principalmente em relação à pedagogia do oprimido pela qual também fui formada. Por isso, hoje ensino meus alunos a refletir e adotar uma visão e um pensamento crítico diante de todos os tipos de informações que recebem. É gratificante quando meu aluno discute os assuntos que assiste na TV e expõe suas ideias em relação ao fato. Também concordo que o professor não é o detentor do conhecimento e que deve despertar o espírito investigador e criativo dos educandos e que em contrapartida o educador também modifica sua postura e maneira de agir. Procuro valorizar os conhecimentos trazidos pelos alunos. Não concordo quando Paulo Freire diz que ninguém ensina nada a ninguém e que ninguém aprende sozinho. Na minha opinião, ensinar é transmitir e receber conhecimentos que não são prontos e acabados, mas que são construídos através da interação, educador e educando. Somos seres humanos e sociais, dotados de afetividade e dependemos do outro para evoluir, ter autonomia e formar a personalidade.
Após ler o texto de Fernando Hernández percebi que o ensino através de projetos é uma das melhores maneiras de ensinar e aprender. O ensino por projeto modifica a prática pedagógica e transforma professor e aluno em pesquisadores. Essa nova prática eu estou começando a vivenciar em sala de aula, sei que ainda tenho que aprender a trabalhar corretamente com projetos, mas já estou percebendo as mudanças em meus alunos, ou seja, não são passivos, gostam de ler e dar sua opinião crítica sobre os assuntos polêmicos da atualidade, são curiosos, preferem pesquisar e descobrir algo novo, não aceitam os conteúdos enfadonhos oferecidos pelo livro didático. Concordo quando o autor afirma que não existe um método pronto a seguir e que “nem tudo pode ser ensinado mediante projetos, mas tudo pode ser ensinado como um projeto”, basta ter uma dúvida e curiosidade. Para trabalhar com projeto o professor deve deixar o papel de “transmissor de conteúdos” para se transformar em um pesquisador e o aluno por sua vez passa a ser o sujeito do processo ensino aprendizagem. Porém o professor deve ser curioso e saber despertar a curiosidade e a motivação dos alunos para aprender, deve ter objetivos claros e conteúdos bem definidos, adotar um caderno de campo para anotações e ter um bom gerenciamento dos trabalhos desenvolvidos. De acordo com Fernando Hernández, há muitas maneiras de garantir a aprendizagem, e trabalhar com projeto é apenas uma das opções. Para que isso ocorra, temos que lançar mão de várias formas para proporcionar conhecimento aos educandos: aulas expositivas, seminários, trabalhos em grupo e individual, pesquisas, uso das mídias etc. Quando realmente aprendermos a trabalhar com projetos interdisciplinares alcançaremos nosso objetivo maior: formar o aluno globalmente.
Também passei a admirar e respeitar as ideias desse autor, principalmente em suas célebres palavras dirigidas a nós, educadores brasileiros e que muito nos enaltece: “o professor, no Brasil, tem desejo de aprender e vontade de se comprometer com sua aprendizagem. O Brasil é um dos países do mundo que eu conheço em que os educadores vibram mais. Eles são apaixonados, preocupados, comprometidos. Esse é um capital que o país tem e não pode ser desperdiçado. Eu conheço poucos em outros países, que não tem dinheiro e mesmo assim se reúnem em grupo para comprar um livro e aprender conjuntamente. Isso é maravilhoso”.
O texto de Maria Elisabette Brisola Brito Prado ressalta a importância de se repensar o papel da escola diante dos novos conhecimentos e da tecnologia. A mesma afirma a necessidade do educador em buscar novas estratégias para desenvolver as competências e habilidades exigidas pela sociedade atual. Destaca a utilização de recursos tecnológicos diversificados e projetos interdisciplinares. Cabe ao educador adotar uma postura de observação e de análise sobre os novos conceitos que surgem no decorrer do projeto e assim formar alunos críticos e reflexivos para fazer suas escolhas diante do mundo globalizado.
De acordo com Maria Elizabeth Almeida, o trabalho com projeto rompe com as fronteiras disciplinares, ou seja, facilita a interação entre as disciplinas onde uma complementa a outra, fazendo com que o aluno aprenda o conteúdo de forma integral. Concordo com a mesma quando afirma que “um projeto pode partir de uma questão relacionada com uma única área de conhecimento e, em seu desenvolvimento, ir se abrindo e articulando conceito de outras áreas”. Essa ideia foi um alento, pois descobri que não existe apenas uma maneira de desenvolver projetos em sala de aula. E que há momentos em que o professor precisa dar aulas diferenciadas, mas o conhecimento deve ser transmitido aos alunos de forma contextualizada para que os mesmos possam aprender com significado. Outra questão interessante que ela coloca é em relação ao tema do projeto, que deve ter significado e ser do interesse do aluno. Porém o professor deve estar atento às mudanças de rumo do foco do projeto e saber replanejar, pois se perder o foco não ocorrerá aprendizagem.
Em relação á formação de cada educador, Ivani Fazenda enfatiza: “Quem educa o educador para a totalidade, para ter um olhar mais sensível?” Quando se fala em formação de professores, é preciso considerar que o professor exerce uma atividade profissional que exige muita responsabilidade, pois o seu trabalho visa desenvolver no aluno as suas múltiplas capacidades, e não apenas a transmissão de conhecimentos. O futuro professor deve desde o início do curso conhecer a realidade das escolas, suas dificuldades e vivenciar as relações pedagógicas no processo de sua formação, enfim, aprender de fato como exercer a profissão. Outro ponto relevante é refletir sobre a práxis da sala de aula e sobre o projeto educativo da escola, assunto que não é discutido entre os educadores. Sem diretrizes pedagógicas e educativas a formação continuada não atinge os objetivos, ou seja, o professor não consegue aplicar em sala de aula. Por outro lado, o professor não é o único responsável pela aprendizagem do aluno, pois inclui toda a escola, direção, coordenação e principalmente a família no acompanhamento e participação da vida escolar dos filhos.
PROFESSORA: Isaura Gorete De Carli
Relacionando as teorias dos pensadores com a minha prática pedagógica
“Paulo Freire (1921 1997) diz que o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno.” Eu concordo com o pensador, pois o aluno tem que estar consciente de quando entrar em uma sala de aula, ele vai aprender algo novo para ele e que o professor é o mediador para esse aprendizado que o professor tem sempre buscar algo novo para que esses alunos aprendam mais e mais. Pois é parte do professor ensinar e transmitir o saber, o professor é o transmissor do conhecimento.
Freire comenta que o aluno alfabetizado ou não leva para sala a cultura, isso é verdade ele sabendo ou não ler e escrever, o aluno leva para sala de aula o seu conhecimento da vida, vivida fora da sala de aula muitas vezes sendo ela boa ou ruim, conforme seu viver e até mesmo o que ele vê lá fora, esse é seu conhecimento, parte do professor explorar essa cultura, e para que aconteça isso devemos deixar a criança expressar-se e assim o educando aprende mais com a coletividade entre ambos.
“Hernández diz que há muitas maneiras de garantir o aprendizado do aluno.” É o que eu escrevi anteriormente se o aluno não aprende de um jeito devemos buscar novas metodologias, para ensinar esse aluno, algo que chame a sua atenção. Hernández fala bastante de projetos, falando em relação a mim eu não tenho muito costume de trabalhar com projetos, mas é algo em que devo me aperfeiçoar é por isso que estou fazendo o curso, pois quero aprender mais sobre projeto.
Profª Lucimar dos Santos
Teoria e Prática em Sala de Aula
Admiro muito o trabalho que Paulo Freire desenvolveu. Sigo muita coisa em minha prática, principalmente quando ele diz que temos que ser educadores que fazem com que seus educandos possam ser capazes de criar ou produzir seus conhecimentos. Percebo também a importância de que o educador tem que conhecer a realidade de seus educandos, valorizar a cultura para assim poder trabalhar.
Mas, discordo quando o mesmo criticava que “ensinar é transmitir saber”. Como educadora, fico muito feliz em transmitir ou ensinar algo a meus educandos. Partindo do ponto onde conheço a realidade, a cultura de cada um, posso planejar minha prática, respeitando os limites de cada um e fazendo desenvolver o potencial e habilidades de cada indivíduo. Tudo que está a nossa volta nos possibilita aprender algo e se tem alguém para dar um comando, instigar, possibilitar, proporcionar algo ou alguma coisa, fica muito mais fácil.
Nós, seres humanos, não conseguimos viver sem a presença do outro e, esse outro está sempre nos proporcionando algo, nos ensinando algo. Muita coisa aprendemos com a presença do outro, se colocamos em prática ou não depende de cada um. Quando Freire coloca que “[...] Em sala de aula, os dois lados aprenderão juntos, um com o outro [...]” (p.6), ele está contradizendo sua fala inicial. Se há aprendizagem tanto de um lado como de outro (educador e educando), um proporcionou aprendizagem ao outro e isso nos remete ao “ensinar”. Lógico que não é algo pronto e acabado, mas, que cabe a cada um lapidar esse conhecimento da maneira que lhe proporcione realização.
No texto de Fernando Hernández, concordo com o mesmo que ao lançar mão do uso de projetos não basta o tema ser do gosto dos alunos, mas o mesmo proporcione despertar a curiosidade por novos conhecimentos. Quando planejamos, temos que levar em conta vários fatores que proporcione desenvolvimento aos nossos educandos e ao mesmo tempo dar prazer pelo que se faz e se aprende. Para que isso ocorra, temos que lançar mão de várias formas para proporcionar conhecimento aos mesmos: aulas expositivas, seminários, trabalhos em grupo e individual, pesquisas etc.
Acredito que se desenvolvêssemos nossa prática através de projetos interdisciplinares, nossas metas seriam alcançadas mais rapidamente e com eficiência.
O texto de Maria Elisabette Brisola Brito Prado vem pegando um gancho na fala de Hernández. Aprendizagem significativa, proporcionando conhecimento de mundo e do mundo, professor lançando mão de recursos tecnológicos distintos, projetos interdisciplinares.
No texto de Maria Elizabeth Almeida, ela fala muito bem do uso de projetos. Concordo com a mesma quando diz que “um projeto pode partir de uma questão relacionada com uma única área de conhecimento e, em seu desenvolvimento, ir se abrindo e articulando conceito de outras áreas”. Isso é muito interessante ressaltar, pois já passei por esta experiência onde eu ainda não dominava muito bem o uso de projetos interdisciplinares e ao final vi que “pequei” em algumas coisas por falta de experiência mesmo. O professor tem realmente que saber quando deve mudar ou identificar o contexto real para que haja significância e ocorra aprendizagem, mas não perder o foco, pois se perdermos esse foco ou deixarmos muito “solto” com certeza aprendizagem é que não vai ocorrer.
Quanto à questão da formação de cada educador, Ivani Fazenda coloca muito bem “Quem educa o educador para a totalidade, para ter um olhar mais sensível?” Vejo que ainda os cursos de formação vêm muito deixando a desejar tanto dentro de uma Universidade quanto nas formações continuadas existentes dentro da educação. Fica-se muito em teorias, pouca prática, educadores descompromissados com sua prática, muitos ficam estagnados, não lançam mão de desafios. Não fazem uso da pesquisa para enriquecimento pessoal e de seus educandos. A pesquisa é inerente ao ser humano, mas muitos não a fazem aflorar, pois acham mais cômodo do modo que está ficando presos aos grilhões do comodismo e muitas vezes colocando os educandos a esses grilhões. Quando falo nesse comodismo, acredito que todos temos culpa, não só educador dentro da sala de aula mas todos envolvidos no processo educacional, direção, coordenação, corpo administrativo e apoio. Todos dentro do ambiente escolar têm que estar engajados nessa luta e nessa busca uma EDUCAÇÃO DE QUALIDADE para que a mesma possa surtir efeitos.
PROFESSORA: Alexandra Magalhães Frighetto
Reflexões
Paulo Freire, autor da pedagogia do oprimido, defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a “ler o mundo” para poder transformá-lo. Para ele o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno, principalmente em relação à classe menos favorecida da sociedade para levá-los a entender sua situação de oprimidos e agir em favor a sua própria libertação. Concordo com essa linha de pensamento que não devemos aceitar tudo como se fosse a única verdade e possibilitar ao aluno a ser investigador, reflexivo, a ter olhar crítico diante das questões sociais.
Uma das grandes inovações freudianas é considerar que o sujeito da criação cultural não é individual, mas coletivo. “Os homens se educam entre si mediados pelo mundo.” Ter a valorização da cultura do aluno é a chave para o processo de conscientização. Nesse contexto, com certeza a aprendizagem se dá diante da realidade do aluno. Ficando mais fácil a assimilação dos conteúdos relacionados com suas experiências de vida e, contudo tendo maior significado. É importante valorizar o conhecimento, a cultura do aluno. Juntos construir o conhecimento professor/aluno. Aprendemos quando compartilhamos o conhecimento. Nessa perspectiva está em trabalhar com projetos em que juntos busca-se a aprendizagem e construir conhecimento. O aluno passa a ser mais ativo, questiona mais e é responsável pelo seu próprio saber. Nessa situação, nós professores, precisamos trabalhar com projetos interdisciplinares. Promover no aluno o interesse, a curiosidade e a motivação à pesquisa e aprendizagem de forma globalizada, orientando- o com objetivos claros, na sistematização dos trabalhos e oferecer mecanismos para que desenvolva bem o trabalho e que tenha êxito na pesquisa.
Fernando Hernández propõe que o currículo deve ser organizado por projetos didáticos. Concordo com ele quando diz que o professor abandone o papel de ”transmissor de conteúdos” para se tornar num pesquisador. Temos um pouco de resistência porque elaboramos um planejamento anual dos conteúdos programáticos. No entanto, hoje o ensino melhorou muito, mesmo que não trabalhamos com projetos com a intencionalidade que essa pedagogia nos desafia, mas a escola está mais aberta e flexível, confrontamos e relacionamos os conhecimentos entre as áreas do conhecimento e com as questões da atualidade. O aluno tem vez e voz para expor sua opinião. Ele aprende de forma contextualizada o conhecimento.
Hoje a tecnologia está presente no dia a dia do aluno e nós temos que integrá-lo a prática pedagógica. Possibilitando o aluno a trabalhar em equipe. Assim como o mercado de trabalho também exige isso do indivíduo. Segundo Prado e Almeida, na sociedade do conhecimento e da tecnologia, tornam-se necessário repensar o papel da escola, especificamente as questões relacionadas ao ensino e à aprendizagem.
Profª Zoleide
O ensino requer novas práticas pedagógicas
Durante muito tempo a escola persistiu na ideologia duma pedagogia de que o professor era o detector do conhecimento e o aluno era depósito onde o professor ensinava aquilo que sabia manipulando os alunos com os seus saberes e sua forma de ver o mundo.Isso foi denominado segundo Paulo Freire de educação bancária. Era como se aluno chegasse na escola vazio, sem nenhum um tipo de conhecimento. Mas foi graças a alguns estudiosos que a escola percebeu que ao invés de ajudar o aluno, estava cada vez mais o afastando, oprimindo-o. A educação se tinha antigamente não saia para fora dos muros. O aluno aprendia conteúdos muito distantes de sua realidade, era como se os fatos estivessem longe do seu contexto.
De acordo com Paulo freire o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno, e que a função do professor era possibilitar a criação ou a produção de conhecimentos. O professor precisa apenas facilitar as condições para o autoaprendizado do aluno levando-os a conhecer os conteúdos mas não como verdade absoluta.Freire foi feliz em dizer que ninguém ensina nada a ninguém, mas as pessoas não aprendem nada sozinhas, por isso o professor deve ser um mediador entre o conteúdo e o aprendizado.
Diante disso, nós professores não devemos desvalorizar nossos alunos como se tivesse nenhum tipo de conhecimento. O aluno já chega na escola com um conhecimento de mundo, o que nós fazemos na escola é organizar e estruturar esse conhecimento adquirido pelo aluno. O papel do professor é partir da realidade do aluno, levando-o a entender o que acontece a sua volta de forma sistemática para que o aluno compreenda e produza seus próprios conhecimentos. È ignorância pensar que todos os alunos aprendem de uma mesma forma, por isso devemos ficar atentos no nosso método de ensino.
O método de Freire não visa apenas tornar mais rápido e acessível o aprendizado, mas pretende habilitar o aluno a “ler o mundo”. “Trata-se de aprender a realidade ( conhecê-la) para depois transformá-la.” Esse método é muito eficaz quando trabalhei com meus alunos a necessidade de preservamos o meio em que vivemos. Começamos a discussão sobre o assunto e fui direcionando-os e chegamos a conclusão de que se não preservarmos no momento as futuras geração sofrerão. Os conteúdos vão surgindo a medida que as dúvidas dos alunos vão surgindo. Daí a necessidade de se trabalhar com projetos. Através dele nós construímos objetivos e buscamos um mesmo resultado. Assim há um envolvimento entre professor aluno onde acontece aprendizado de ambas as partes.
Hernandez nos propõe que abandonemos o papel de transmissor de conteúdos e nos transformemos em pesquisadores despertando nos alunos a curiosidade por novos conhecimentos. Assim o aluno se empenha nas atividades tornando a aula mais atrativa e ao mesmo tempo prazerosa para o professor.
Profª Sandra Maria Alves de Souza
PEDAGOGIA de PROJETOS: Uma nova Realidade
Com novas práticas pedagógicas que possibilitem a autonomia, o indivíduo integra-se, desenvolvendo a curiosidade e por sua vez chegando ao conhecimento. (FREIRE, 1996).
Quando falamos em pedagogia de projetos, logo pensamos em o que significa essa pedagogia, mas traduzindo posso dizer que nada mais é do que o aluno aprender no dentro do processo de produzir, levantar questionamentos, ir à busca de novas descobertas, reconstruírem seu conhecimento, e o papel do professor é de apoio em relação a essas novas descobertas.
Por isso acredito que como educadora do projeto EJA (Educação de Jovens Adultos), na área de ciências humanas, mas especificamente (Geografia), que é a área em que atuo os conhecimentos de Paulo Freire, é para mim de muita valia, porque ele foi um dos percussores desse projeto, minhas praticas pedagógicas são baseadas em seus estudos e para mim tem dado certo, porque os alunos deste projeto são alunos que já tem um conhecimento empírico adquirido com a vida, já que são jovens/adultos.
Quanto a analise de currículo, pratica pedagógica e avaliação, é na verdade um grande desafio, porque tenho que pensar quanto o currículo é importante para a escola/aluno/professor, tenho que inserir minhas praticas pedagógicas em cada turma diferenciada, porque o mesmo conteúdo trabalhado numa turma, não tem o mesmo efeito com outra turma utilizando a mesma metodologia, não surge o mesmo efeito. Por isso os métodos de avaliação também são diferenciados para cada turma e aluno.
Já na pedagogia de projetos, o aluno vai à busca de seu conhecimento, descobertas novas, e o professor deixa de ser o precursor da idéia central, e o aluno é na verdade o autor, com isso torna real e encontra o verdadeiro significado do que almeja.
Segundo o autor Hernández (1988), a pedagogia de projetos, precisa ser reformulada porque já vem sempre coma a idéia central (tema, titulo), quase sempre pronto, o professor/alunos/escolas, não tem muito que fazer, a não ser elaborar o projeto com o tema condizente. E não é bem assim que funciona, porque a escola tem que pensar e agir junto com os professores na elaboração de projetos, e descobrir qual a verdadeira necessidade para se produzir algo novo.
Posso dizer que na escola na qual atuo nos temos esta oportunidade e liberdade de agirmos e pensarmos conforme necessidade de cada turma ou professor, mesmo porque trabalhamos projetos e temas interdisciplinares, para que juntos possamos construir algo novo.
Conforme Prado (2000), quando fala em que o professor precisa reconstruir, sem dúvida, nós professores temos que reconstruir e construir, mesmo porque existem professores que já atuam, e professores que estão começando agora sua carreira e buscam de diversas maneiras buscarem um embasamento para suas praticas pedagógicas, mesmo porque na escola na qual atuo temos esta oportunidade com sala do educador, cursos, dialogo com professores de outras áreas, para que haja esta troca de entendimento.
Considerando todos estes fatos posso dizer que nos enquanto educadores, que queremos e buscamos nosso ideal e realização profissional, nossos alunos buscam e mais do que precisão merecem uma educação digna de seus saberes. PROFESSORA: VIVIANI TEREZINHA STASCZAK
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